A equipe do presidente Lula (PT) já solicitou R$ 331 milhões do chamado “orçamento secreto”, recurso destinado a emendas parlamentares individuais de relator. A prática é polêmica e foi criticada por Lula durante a campanha eleitoral, mas agora é utilizada por sua equipe. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles.
Dos 15 vice-líderes de Lula na Câmara dos Deputados, quatro já solicitaram emendas de relator que totalizam R$ 123 milhões. Além disso, ministros indicados por Lula também pediram recursos por meio desse mecanismo, somando R$ 331 milhões.
Entre os ministros que solicitaram emendas de relator estão Carlos Fávaro (PSD-MT), da Agricultura; Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), do Turismo; Juscelino Filho (União Brasil-MA), das Comunicações; André de Paula (PSD-PE), da Pesca; e Alexandre Silveira (PSD-MG), de Minas e Energia.
O “orçamento secreto” é uma prática utilizada pelo governo para negociar apoio político com parlamentares. Com isso, é possível direcionar recursos para determinados projetos e regiões do país, beneficiando aliados políticos e suas bases eleitorais.
A utilização do “orçamento secreto” tem sido alvo de críticas por parte da oposição e de especialistas em contas públicas, que apontam a falta de transparência e a possibilidade de desvio de recursos públicos.
A prática foi questionada em 2020 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou irregularidades na destinação desses recursos pelo governo federal. O tema ainda está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF).
Apesar das críticas de Lula à emenda de relator no passado, a sua equipe agora utiliza esse recurso para direcionar recursos para projetos e regiões estratégicas para a sua base política.
