Com a violência em áreas pobres da Venezuela cada vez mais presente no cotidiano das crianças, escolas têm adotado protocolos de segurança para ensinar alunos a se protegerem de tiroteios. O ensinamento de medidas de segurança faz parte do currículo escolar em países com altos índices de violência, como o Brasil e o México, e tem se tornado comum também na Venezuela.
Em uma escola na região de La Vega, em Caracas, os alunos aprendem a se proteger em caso de tiroteio. Em um corredor da escola, onde os vidros das janelas estão protegidos por grades de metal, há uma placa que diz: “Em caso de tiroteio, siga este protocolo”.
O protocolo inclui medidas como deitar no chão, proteger a cabeça com as mãos e não se levantar até que o barulho pare completamente. Os alunos também são instruídos a correr em direção a salas com portas mais seguras, como a biblioteca, e a evitar corredores e janelas durante os tiroteios.
No Rio de Janeiro, a adoção de protocolos semelhantes em escolas começou em 2009 e hoje está presente em mais de 1.500 unidades escolares. O objetivo é garantir a segurança dos alunos e evitar mortes em áreas de violência.
Para Yanet Maraima, diretora da escola Manuel Aguirre na Venezuela, ensinar os alunos a se protegerem é tão importante quanto ensiná-los a ler e escrever. “Precisamos dar ferramentas às crianças para que possam se defender e aplicá-las em casa”, explica ela. Embora nunca tenha havido registro de tiroteio durante o horário escolar na escola Manuel Aguirre, é possível encontrar marcas de tiros no prédio.
Em um país em que a violência armada é uma realidade, ensinar medidas de segurança aos alunos pode ser uma forma de minimizar os riscos e garantir que as crianças estejam preparadas para lidar com situações de perigo.