Aumento de até 10% no preço de remédios preocupa consumidores em todo o país

Economia

Os consumidores brasileiros devem se preparar para pagar mais caro por medicamentos a partir de abril. Isso porque a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realiza anualmente um reajuste da tabela de preços de cerca de 13 mil produtos. Para este ano, a estimativa do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) é de que o aumento máximo seja de 5,6%. No entanto, algumas fontes do setor acreditam que o reajuste pode chegar a 10%, o dobro do esperado.

O primeiro vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sincofarma), Rony Anderson, afirma que algumas farmácias já estão afixando avisos sobre o aumento para os clientes. Ele recomenda que os consumidores façam estoque de medicamentos de uso contínuo para evitar o aumento nos próximos meses.

Embora o preço máximo dos remédios seja tabelado pela CMED, as farmácias podem conter as altas ou realizar promoções para baixar o preço. Portanto, é possível que os consumidores ainda encontrem medicamentos sem reajuste nas próximas semanas.

O cálculo anual do reajuste leva em conta o índice oficial da inflação do país, o IPCA, descontando a taxa de produtividade da indústria farmacêutica e somando custos não captados pelo IPCA, como a variação de preço de insumos. A conta inclui, ainda, o chamado “fator Z”, que avalia sutilezas do mercado, como concentração e competitividade.

Em 2022, o reajuste foi de quase 11%, quase o dobro do que é previsto para 2023. Esse aumento afetou especialmente os medicamentos para tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma, que fazem parte da lista de medicamentos com preços regulados pelo governo. Alguns consumidores precisaram recorrer à Justiça para ter acesso a esses medicamentos com preços antigos.

Com a pandemia da COVID-19, houve um aumento na procura por medicamentos, especialmente para tratamento de doenças respiratórias. A crise sanitária também afetou a cadeia de fornecimento de medicamentos e insumos, o que pode ter impactado no cálculo do reajuste. O setor farmacêutico também enfrenta dificuldades devido à alta do dólar, que encarece a importação de matérias-primas e equipamentos.

Em resumo, a previsão é de que os preços dos medicamentos subam a partir de abril, mas ainda não se sabe ao certo qual será a porcentagem de aumento. Os consumidores podem se antecipar fazendo estoque de medicamentos de uso contínuo e pesquisando preços em diferentes farmácias. Também é importante lembrar que, mesmo com o reajuste, as farmácias têm liberdade para praticar preços menores que o valor tabelado pela CMED.

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